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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Satisfazer os detalhes do Ego é dar passos equivocados

Eliminar os detalhes do Ego é como caminhar por uma vasta região desconhecida. Vamos prestando atenção no caminho e evitando as trilhas que possam nos conduzir para lugares que não queremos. Cada ato realizado, cada atitude tomada, apresenta múltiplas e infinitas consequências. A um ato se seguem muitos fatos, externos e internos. Identificar-se com uma pequena manifestação do Ego, satisfazê-la, equivale a entrar por um caminho que resultará em alguma forma de escravização. Morrer é caminhar rumo à liberdade da alma e enveredar por caminhos que conduzem à escravidão é errar o curso.

A região desconhecida por onde caminhamos é vasta, infinita e obscura, mas o Sol está no horizonte. O único ponto de orientação que temos é o Sol, é para lá que queremos ir. Se erramos o caminho, entramos na escuridão.

Cada pensamento, desejo, impulso, atitude apresenta resultados interiores, em uma sequência encadeada. Quando eliminamos um detalhe do Ego, interrompemos uma cadeia. Quando suprimo um ato, deixando de fazer algo, suprimo também as consequências que seriam provocadas, e deixo de enveredar por aquele caminho.

Há muitos atos equivocados na escuridão, inconscientes, dos quais não suspeitamos a existência. Temos que descobri-los para não enveredar pelos que caminhos que lhes correspondem.

Evitar os caminhos para os quais nos arrastam os detalhes do Ego não é evadir-se do confronto, pois o confronto se dá na encruzilhada.

Se, por engano, trilhamos longamente um caminho equivocado e estamos escravizados na escuridão, resta-nos ainda a possibilidade de encontrar outro caminho que nos leve novamente à luz. À medida que caminhamos corretamente, a escravização diminui de intensidade e é assim que podemos saber se estamos indo pelo caminho certo.
Os atos do nosso dia a dia são caminhos. Alguns nos conduzem à escuridão, nos escravizam mais ainda, outros nos levam à libertação. Temos que aprender a discernir antes, pois o Morrer equivale a antecipar-se, eliminando os fatos psicológicos e comportamentais que antecedem e resultam em problemas maiores.

O problema está em começar, em dar o primeiro passo. Temos que aprender a não começar: não começar a fazer as besteiras, a cometer as diabruras. O primeiro passo para cada diabrura é a satisfação de um detalhe. Evitamos o primeiro passo, não pela repressão, mas pela verdadeira Morte.

Observemo-nos e descubramos, no dia a dia, quais são os primeiros passos que sempre damos para a fortificação dos defeitos que nos escravizam. Essas iniciativas são muitas, manifestam-se aos milhares, como formigas, e não as vemos. Estão em nossa fala, em nossos olhares, em nossos sorrisos, em nossa forma de vestir, naquilo que sentimos diante de acontecimentos "bobos" e, aparentemente, sem significância, em nossas reações emocionais ao que nos rodeia, ao que presenciamos, em nossos pensamentos etc.

Um relativo silêncio mental faz-se necessário quando queremos descobrir as facetas sutis em nosso comportamento. Se ficarmos pensando, nada veremos de interessante, nada novo descobriremos, veremos somente os nossos próprios pensamentos, além de fortificar muitos defeitos por esta via.