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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Gravar na consciência o cuidado com a mente

É comum que os aspirantes à verdadeira castidade foquem sua atenção no sexo e se esqueçam da mente, assim como é comum que não aceitem suas limitações e exijam de si mesmos a perfeição imediata.

Toda caída sexual, seja através da masturbação, da fornicação com a esposa, com a namorada, com uma amante ou de qualquer outra forma não mencionada aqui, tem como causa a mente. Após uma caída, se refletirmos, poderemos nos dar conta de como estava o funcionamento de nossa mente nos momentos, horas ou dias que a antecederam. Em que pensávamos, sobre o que falávamos e como agíamos? Descobriremos, então, que a caída foi o produto final, a síntese ou resultado de uma soma de atitudes luxuriosas que se somaram e conduziram a excitação até o nível máximo. E no fundo de todas essas atitudes luxuriosas estava a atividade mental.

Focar a atenção no sexo e esquecer da mente é cometer um erro estratégico. Temos que ir à causa, aos motivos, aos fundamentos das caídas e eles estão na mente. Os momentos em que caímos são os momentos em que a mente está obsessionada por imagens, cenas, recordações, fantasias e pensamentos luxuriosos.

Acreditar que se pode deter o sexo e ao mesmo tempo robustecer a atividade mental luxuriosa é ingenuidade, um erro que necessita ser corrigido. Temos que gravar firmemente na consciência que o nosso alvo se encontra na mente e não no sexo. Quando este conhecimento não fica fortemente gravado na consciência, não focamos a atenção onde devemos, a desviamos e não percebemos os processos de intensificação da luxúria até o resultado inevitável da caída. Logo, importa gravarmos firmemente na consciência que nosso alvo está na mente. Temos que priorizar a mente antes de tudo ou nada conseguiremos.

Sucede que, às vezes, acreditamos que estamos focados na mente e vigiando corretamente os pensamentos. Cremos, então, que estamos protegidos e seguros mas, com uma simples distração, perdemos a vigilância, nos abrimos para a luxúria e sofremos invasões.

Se quisermos o êxito, temos que esquecer a luxúria e isso se consegue disciplinando a mente e não tentando submeter o sexo, o qual é um reflexo do estado mental em que vivemos.

Sexo e emoção são coisas que não se submete e nem se reprime: se desenvolve. Se não os desenvolvemos voluntariamente para cima, se desenvolverão para baixo e nos arrastarão.

A luxúria é principalmente imaginativa. Quando pensamos em sexo, imaginamos cenas eróticas/pornográficas, tais pensamentos exercem um efeito sobre o entendimento, tornando-o enviesado, condicionado. Passamos, então, a ver a mulher e o sexo de uma forma específica, condicionada.

Nenhuma pessoa comum possui condições de contemplar cenas luxuriosas, mesmo que esteja avançando na Morte, devido aos efeitos da imaginação sobre o entendimento. O simples ato de ver já ativa a imaginação mecânica morbosa.

Dissolver a luxúria não é esforçar-se para se enquandrar em uma regra de comportamento "decente" ou moralista, é lutar para se tornar forte e independente das forças instintivas que nos levam à ruína e à submissão.

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