Primeiramente, vamos dissociar totalmente a concentração do esforço. Concentração é atenção pura e/ou pensamento direcionado, sem esforços (1).
Agora, vamos diferenciar a concentração da atenção e a concentração do pensamento. Há uma diferença entre ambos.
Concentrar a atenção é algo sensorial, está relacionado à percepção (embora possa também ser algo supra-sensorial). Se percebo algo de forma prolongada e contínua, estou com a atenção concentrada sobre aquilo. Concentrar o pensamento é algo mental: trata-se de fazer com que o fluxo da mente, normalmente aleatório e subjetivo, assuma uma forma unidirecional, ou seja, volte-se para um único tema ou objeto. Se penso tudo o que sou capaz de pensar sobre uma vela e o faço de forma plena, espontânea e natural, estou mentalmente concentrado nessa vela.
A concentração do pensamento depende da concentração da atenção pois, durante a concentração mental, os pensamentos sobre o lakshya são o objeto da atenção. Concentrar a atenção é algo que vem primeiro, concentrar o pensamento é algo que vem depois e demora um pouco mais para ser aprendido. Em ambos os casos, deve haver descontração progressiva e não contração.
Se estou prestando atenção, com os olhos abertos, nos detalhes anatômicos de uma planta, estou com a atenção concentrada, recebendo sensorialmente suas características. Se começo a refletir sobre a planta, estou com a mente concentrada na planta (pensamento único). A reflexão sobre a planta exige o recurso da imaginação, que é uma forma assumida pela mente. Quando fecho os olhos, imagino e reflito sobre a planta, sem me desviar para outros temas, estou percebendo os conteúdos imaginativos supra-sensorialmente e não de forma meramente sensorial. Se, mesmo com os olhos abertos, obtenho insights e revelações sobre a planta na qual estou prestando atenção, estarei concentrado mentalmente nela.
Portanto, podemos passar da mera concentração da atenção em um objeto exterior para a concentração do pensamento sobre o mesmo objeto, isto é, podemos passar do mero ato de perceber o objeto com os olhos físicos para o ato de pensar de forma profunda e objetiva naquele mesmo objeto. Podemos também realizar as duas coisas simultaneamente: ver o objeto e refletir nele enquanto continuamos a vê-lo. Podemos, ainda, somente refletir no objeto com os olhos fechados, sem percebê-lo com os olhos físicos.
Quando contemplamos o objeto com os olhos físicos, o estamos recebendo sensorialmente. Quando refletimos no objeto com os olhos fechados, estamos capturando supra-sensorialmente imagens que criamos a respeito e imagens que não criamos a respeito, mas que foram criadas pela própria natureza. Estas últimas correspondem à contra-parte supra-sensível do objeto. À medida que abandonamos as imagens que criamos, vamos acessando as imagens que a natureza criou e nos aproximando da essência supra-sensível do objeto que nos interessa. Logo, todo objeto possui uma parte sensível e uma contra-parte supra-sensível. A parte sensível é acessível sensorialmente (aos olhos físicos). A parte supra-sensível é acessível supra-sensorialmente (aos sentidos internos). A alma possui sentidos. A visão espiritual é um dos sentidos da alma e seu princípio é a imaginação humana. A faculdade imaginativa é a visão espiritual atrofiada e que pode ser desenvolvida.
O excessivo materialismo atrofiou a visão espiritual da humanidade e por isso vivemos aprisionados na sensorialidade, no mundo físico.
A concentração e a meditação desenvolvem a imaginação até o ponto de transformá-la em uma visão espiritual perfeita, pela ativação e exercício constante dos chakras. Também desenvolve a emoção superior até o ponto de transformá-la em intuição. Mas, para serem executadas corretamente, requerem que sejam praticadas na ausência de conflitos, tensões, contrações, preocupações e esforços.
Agora, vamos diferenciar a concentração da atenção e a concentração do pensamento. Há uma diferença entre ambos.
Concentrar a atenção é algo sensorial, está relacionado à percepção (embora possa também ser algo supra-sensorial). Se percebo algo de forma prolongada e contínua, estou com a atenção concentrada sobre aquilo. Concentrar o pensamento é algo mental: trata-se de fazer com que o fluxo da mente, normalmente aleatório e subjetivo, assuma uma forma unidirecional, ou seja, volte-se para um único tema ou objeto. Se penso tudo o que sou capaz de pensar sobre uma vela e o faço de forma plena, espontânea e natural, estou mentalmente concentrado nessa vela.
A concentração do pensamento depende da concentração da atenção pois, durante a concentração mental, os pensamentos sobre o lakshya são o objeto da atenção. Concentrar a atenção é algo que vem primeiro, concentrar o pensamento é algo que vem depois e demora um pouco mais para ser aprendido. Em ambos os casos, deve haver descontração progressiva e não contração.
Se estou prestando atenção, com os olhos abertos, nos detalhes anatômicos de uma planta, estou com a atenção concentrada, recebendo sensorialmente suas características. Se começo a refletir sobre a planta, estou com a mente concentrada na planta (pensamento único). A reflexão sobre a planta exige o recurso da imaginação, que é uma forma assumida pela mente. Quando fecho os olhos, imagino e reflito sobre a planta, sem me desviar para outros temas, estou percebendo os conteúdos imaginativos supra-sensorialmente e não de forma meramente sensorial. Se, mesmo com os olhos abertos, obtenho insights e revelações sobre a planta na qual estou prestando atenção, estarei concentrado mentalmente nela.
Portanto, podemos passar da mera concentração da atenção em um objeto exterior para a concentração do pensamento sobre o mesmo objeto, isto é, podemos passar do mero ato de perceber o objeto com os olhos físicos para o ato de pensar de forma profunda e objetiva naquele mesmo objeto. Podemos também realizar as duas coisas simultaneamente: ver o objeto e refletir nele enquanto continuamos a vê-lo. Podemos, ainda, somente refletir no objeto com os olhos fechados, sem percebê-lo com os olhos físicos.
Quando contemplamos o objeto com os olhos físicos, o estamos recebendo sensorialmente. Quando refletimos no objeto com os olhos fechados, estamos capturando supra-sensorialmente imagens que criamos a respeito e imagens que não criamos a respeito, mas que foram criadas pela própria natureza. Estas últimas correspondem à contra-parte supra-sensível do objeto. À medida que abandonamos as imagens que criamos, vamos acessando as imagens que a natureza criou e nos aproximando da essência supra-sensível do objeto que nos interessa. Logo, todo objeto possui uma parte sensível e uma contra-parte supra-sensível. A parte sensível é acessível sensorialmente (aos olhos físicos). A parte supra-sensível é acessível supra-sensorialmente (aos sentidos internos). A alma possui sentidos. A visão espiritual é um dos sentidos da alma e seu princípio é a imaginação humana. A faculdade imaginativa é a visão espiritual atrofiada e que pode ser desenvolvida.
O excessivo materialismo atrofiou a visão espiritual da humanidade e por isso vivemos aprisionados na sensorialidade, no mundo físico.
A concentração e a meditação desenvolvem a imaginação até o ponto de transformá-la em uma visão espiritual perfeita, pela ativação e exercício constante dos chakras. Também desenvolve a emoção superior até o ponto de transformá-la em intuição. Mas, para serem executadas corretamente, requerem que sejam praticadas na ausência de conflitos, tensões, contrações, preocupações e esforços.
Se aprofundarmos o relaxamento, libertando-nos das múltiplas desatenções(2), que são forças que nos prendem, e permitirmos que a atenção pura se instale em um alvo único, cairemos na concentração.
A ansiedade por concentrar-se é um paradoxo contra-producente: quanto mais ansiosos estivermos por nos concentrar, menos focada estará a atenção.
A atenção contínua e direcionada é observação. Concentrar-se é observar algo conscientemente. Pode-se observar um objeto estático ou móvel, mutável. Também pode-se observar um objeto físico ou psíquico (mental). Um pensamento é um objeto que pode ser observado.
Uma verdadeira observação nunca é ansiosa e nem tensa. A tensão e a ansiedade nos impedem de ver o objeto que queremos. Aquele que tenta observar ansiosamente um objeto, vê somente sua própria ansiedade e não o objeto que almeja ver. O esforço, a tensão e a ansiedade se interpõem entre o observador e o objeto da concentração, quando o primeiro faz esforços por concentrar-se.
Concentrar-se é somente acompanhar algo conscientemente, como quando se presta atenção em um lindo quadro. Quando prestamos atenção a algo que nos interessa, estamos concentrados ali. Exemplos banais, porém verdadeiros de atenção direcionada: um ladrão concentrado em abrir um cadeado sem fazer barulho, um homem contemplando luxuriosamente o corpo de uma bela mulher.
Se podemos usar a concentração para fazer coisas ruins, por que não usá-la para fazer coisas boas, que nos elevem espiritualmente? E se fazemos isso inconscientemente o tempo todo, por que não fazê-lo conscientemente?
A observação de um objeto estático, fixo, causa confusão aos principiantes. O que é observar verdadeiramente um objeto fixo? É observar tudo o que faça parte dele, que lhe seja intrínseco, que exista ou se processe nele, dentro dele e não fora dele. Não é observar outras coisas, distintas do objeto, ainda que tais coisas se relacionem ao mesmo. E quando todas as características, traços, processos etc. que se dão no interior do objeto se esgotam? Temos que passar a um nível imaginativo e prosseguir, observando agora a imagem interior que criamos do mesmo objeto. Então podemos dar continuidade á exploração: explorar o objeto por dentro, seus átomos e tudo o que for possível. Até que ponto? Até o ponto em que se possa dizer que se tem um único pensamento. O objetivo da concentração é alcançar o pensamento único. Então, descarta-se esse pensamento único.
O que é um pensamento único? Um pensamento a respeito de um único objeto. O pensamento único não é estático, é dinâmico, porém focalizado, direcionado e dirigido. Ele se altera, porém sempre dentro do mesmo elemento ou tema.
O esforço tenta travar o pensamento, tenta congelá-lo. Ao tentar travá-lo, impede que flua e sabota o desenvolvimento da concentração.
Concentrar-se é contemplar ininterruptamente. Contemplar não é fazer força, é ser receptivo. Ser receptivo é "dar-se conta" de algo, daquilo que nos interessa. Nada disso se relaciona a qualquer tipo de tensão.
Quando algo nos interessa, nos tornamos receptivos àquilo.
A atenção pura prescinde de qualquer tipo de tensão. Atenção e tensão são completamente distintos e não apresentam interdependência. A pessoa tensa não está mais atenta que a pessoa relaxada. Estar atento não é estar ansioso, é simplesmente estar receptivo, contemplativo.
Quando se diz que devemos nos manter concentrados, está-se dizendo simplesmente isso: que devemos nos manter contemplativos, que temos que aprender a contemplar algo de forma prolongada e sem interrupções.
O ato psicológico de tornar-se receptivo a algo não é um ato de esforço, é um ato de entrega. Aquele que se torna receptivo ao objeto de sua concentração entrega-se, acaba-se, desaparece no objeto, conscientemente.
Entregar-se conscientemente à concentração, manter-se lúcido, é algo que exige dedicação, exercício. O iniciante se perde, faz força, tensiona o entrecenho e cria conflitos com sua mente. Quando aprendemos a nos concentrarmos de fato, compreendemos que a concentração é um prolongamento do relaxamento e muito semelhante a este.
A quietude da mente, seja na concentração ou na meditação, não é algo forçado:
"Contudo, não devemos auto-enganar-nos e confundir gato com lebre. O Eu também ambiciona e cobiça esses silêncios e até os fabrica para si mesmo artificialmente.
Durante a meditação profunda necessitamos de quietude e silêncio total da mente, mas não necessitamos dessa quietude e desse silêncio falsos, fabricados pelo Eu. Não devemos esquecer que o Diabo rezando missa pode enganar às pessoas mais astutas.
É lógico dizer que se queremos silenciar a mente à força, na marra, se queremos aquietá-la torturando-a e amarrando-a, motivados pela cobiça de experimentar o Ser, o Íntimo, só conseguiremos silêncios artificiais e quietudes arbitrárias produzidas pelo Eu."
(V.M. Samael Aun Weor, Música, Meditação e Iluminação. Cap. 9)
Portanto, o silêncio mental na meditação é algo que nos advém quando aprendemos a provocá-lo e não algo que impomos.
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Suponhamos que eu queira me concentrar em uma cachoeira, na ausência desta.
Fecharei meus olhos e a verei com a imaginação (que é o princípio da clarividência). Sem necessidade de analisar intelectualmente e sequer de utilizar um idioma internalizado, começo a me dar conta de muitas características desta cachoeira.
A imagem da cachoeira possui muitas características: o fluxo da água, o som da queda, as espumas, os reflexos luminosos, as rochas, liquens e musgos etc. Conforme vou prosseguindo na concentração, vou me tornando consciente de tais características e de muitas outras.
Não faço esforço algum, somente contemplo e observo a imagem, tomando consciência de seus detalhes. Não existe tensão, apenas contemplação.
Nada mais existe para mim, somente a cachoeira. Me desligo do resto do mundo. Estou no presente, penetro e me perco completamente no agora, me entrego à prática.
No início, a imagem da cachoeira é algo vago e distante, "apenas imaginação". Porém, se o desligamento do mundo for realmente profundo, a cachoeira se torna mais e mais vívida, até adquirir um impacto realístico idêntico ou maior que o proporcionado por uma cachoeira física aos meus olhos. É assim que se exercita e desenvolve o sentido da clarividência.
Quando um objeto quaLquer fere os nossos sentidos físicos, nos atinge também supra-sensorialmente, apesar de não termos consciência de tal fato. Os objetos são multidimensionais. Todas as cachoeiras que vi em minha vida me atingiram a alma não só sensorialmente, mas também supra-sensorialmente, o que significa que possuo dentro de mim muito mais informação sobre as cachoeiras do que suponho. Possuo conhecimentos inconscientes sobre a cachoeira e, ao me concentrar, trago tal conhecimento à tona e o torno consciente.
Portanto, concentrar-se é extrair informações sobre o objeto que nos está interessando. A classe de conhecimento que adquirimos com a concentração é interior e não exterior. O que pouca gente sabe é que a via interior do conhecimento nos fornece informações não somente sobre nós mesmos, mas também sobre elementos do mundo exterior. Temos, dentro de nós, conhecimentos sobre os oceanos, as rochas, as plantas, os animais, os planetas. Temos que aprender e extraí-los.
Nota:
(1) a palavra "esforço" e usada aqui como sinônimo de tensão/contração e não de um empenho dedicado a algo.
(2) que são atenções no que não interessa.
Nota:
(1) a palavra "esforço" e usada aqui como sinônimo de tensão/contração e não de um empenho dedicado a algo.
(2) que são atenções no que não interessa.
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