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domingo, 20 de maio de 2012

Transmutação: quebrando o círculo vicioso da energia sexual

A fornicação é um círculo vicioso (orgasmo → enfraquecimento → recuperação → orgasmo).  Quem quer sair do círculo vicioso da fornicação deve dar um choque consciente em si mesmo. Do contrário, não pulará para uma nova oitava.

Os egos da luxúria não nos atacam logo após o orgasmo, porque o corpo está descarregado e não dispõe de energia para sustentar os processos fisiológicos sexuais, tais como excitação, ereção e outros. É algo similar ao que acontece com quem está extremamente cansado por muito esforço físico: ele não conseguirá brigar com ninguém. 

Há uma contradição no sexo: quanto mais forte nos sentimos sexualmente, mais assaltados somos pelo desejo e mais propensos a uma descarga energética estamos. Esse processo pode ser comparado a encher uma vasilha com água: quanto mais cheia, mais próxima de derramar. Quem transmuta sua energia evita que a vasilha se encha.

Quanto mais antecipadamente percebermos a aproximação de um desejo na mente, tanto mais facilmente podemos enfraquecê-lo mediante a Morte em Marcha. Se permitimos que um desejo se arraigue nos centros, ficará mais difícil enfraquecê-lo depois.

Ficar passivo, sem nada fazer, enquanto o desejo se manifesta e se arraiga, é o mesmo que auto-acorrentar-se para depois tentar se libertar.

Buscamos a Morte para não termos que satisfazer e nem reprimir. Não satisfaça e nem reprima: descubra, suplique e esqueça. Não fique procurando os defeitos, deixe que eles apareçam.

Transmutar a energia sexual é modificá-la, tornando-a mais leve, sutil e refinada. A energia que não é transmutada é inevitavelmente ejaculada ou sofre uma deterioração dentro do organismo.

O procedimento para transmutar a energia consiste em três coisas: purificação do erotismo, ato sexual sem orgasmo e condução da energia para dentro e para cima, por meio da imaginação.

A purificação do erotismo é conseguida por meio da morte da luxúria, o que substitui o desejo animal pelo impulso erótico espiritual. O redirecionamento da energia é conseguido por meio da prática do coitus reservatus ou magia sexual (maithuna). A energia é conduzida para dentro e para o alto por meio da imaginação e da respiração. A imaginação e a respiração a desviam dos canais ou caminhos orgásmicos.

A transmutação sexual é o choque que nos permite sair do círculo vicioso da fornicação. Quem não pode transmutar (solteiros, viúvos, doentes e demais impossibilitados) deve pelo menos sublimar seu erotismo com mantrans, respiração, concentração e meditação. A sublimação é o princípio da transmutação. Quando o(a) parceiro(a) for impossibilitado sexualmente, a pessoa pode praticar a carezza (carícias sem penetração), que é uma forma de transmutação mais superficial. Quem tem duas ou três mulheres, deve definir sua situação, escolher uma delas e desligar-se sexualmente das demais. Se o desligamento sexual não for possível sem o afastamento total, deve finalizar os relacionamentos.

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Todo homem sabe que, após uma ejaculação, o desejo arrefece. 

Antes do orgasmo, o homem desfruta de uma sensação de intenso vigor no órgão sexual. Após o orgasmo, o que se sente no órgão sexual é fraqueza, vazio e debilidade. Por mais que estejamos empolgados e excitados com a mulher, por mais louca que seja a fantasia sexual que estiver sendo satisfeita, o "morbo" desaparecerá completamente após um ato de fornicação. Não importa se a mulher é a mais linda do mundo, após a ejaculação o homem é um trapo.

Tal fato demonstra a relação intrínseca entre desejo e esperma: ao perder o esperma, esvai-se o desejo. Portanto, o desejo vincula-se estreitamente a presença do esperma dentro do organismo do homem. 

Sem o esperma, não há como acender o desejo. Uma mulher poderá lançar mão de todos os recursos existentes e disponíveis para excitar um homem após o esgotamento sexual, mas não terá sucesso. A excitação do homem não é possível ou é muito fraca após o orgasmo, o que indica que o aparelho fisiológico sexual necessita do combustível espermático para repetir suas façanhas.

Algum tempo após o orgasmo, o macho começa a sentir leves impulsos: começa a sentir algo ao olhar para as fêmeas. Isso indica que a energia está sendo aos poucos reposta. Tempos depois, estará novamente em ponto de bala: sentirá ereções e fortes excitações sexuais, pois sua energia terá sido reposta. Neste ponto crítico, o homem se deixa levar pelo desejo e repete o ciclo, caindo novamente na fornicação. Vivendo neste círculo vicioso, o homem passa os seus dias, até a impotência sexual total. 

Fica evidente, pelos fatos mencionados, que há alguma força especial no esperma, alguma energia, algo que se perde com ejaculação. Esse algo é a força sexual ou energia criadora. Quanto maior a quantidade de energia sexual, maior a intensidade do impulso de relacionar-se sexualmente. O homem vive no círculo vicioso da fornicação. A energia possui um caráter contraditório: quanto mais energia, maior o vigor para exauri-la e enfraquecê-la.

Para sair do círculo vicioso, é necessário aprender a transmutar (redirecionar) a energia sexual. A força sexual é altamente explosiva e de difícil condução, sendo impossível simplesmente armazená-la. Quando tentamos armazenar a energia sexual, ela simplesmente explode na forma de ejaculações involuntárias. Quem quer livrar-se do vício da fornicação deve aprender a redirecionar a energia para dentro e para cima, redistribuindo-a pelo corpo físico e pelos corpos internos. Isso se chama transmutar. 

A energia ascenderá somente se for transformada. Caso não seja, não será possível seu ascenso. Mediante a concentração e a meditação nas glândulas sexuais, a energia se tornará mais leve, mais refinada e mais sutil (o que equivale a dizer que ela se tornrá mais espiritual e menos animal). A energia em estado comum é bruta, densa e pesada demais para subir, se comparada à energia transmutada. Apenas a energia transmutada pode ascender pela coluna. A luxúria deixa a energia pesada e não permite seu redirecionamento. 

Os momentos em que estamos mais carregados com a energia bruta são os que estamos mais expostos à sua perda. Sendo assim, quanto mais carregados estivermos, mais intensamente deveremos trabalhar na Morte em Marcha.

Alguns dias após o orgasmo, o macho se sente forte, poderoso. Pilatos diz em sua mente: "Tenho bastante energia agora, não haverá problema em perder só um pouco..." e ele então lava suas mãos e não se sente culpado. Este é o momento crucial para pularmos a oitava, por meio de um choque consciente adicional. Se intensificamos a Morte e as práticas nesses momentos, damos um salto para outro nível.

É difícil ver o sexo de forma espiritual: a luxúria nos arrasta à animalidade. No entanto, a transmutação da energia é, entre outras coisas, a transformação da forma de encarar o ato sexual.

Em suma, quanto mais fortes sexualmente estivermos, mais excitáveis estaremos. Quanto mais excitáveis, mais propensos a sermos invadidos pelo desejo. Quanto mais invadidos, mais próximos da perda da energia. A saída do círculo vicioso está na intensificação das práticas sempre que percebermos que o desejo se aproxima para tomar o controle.