O pensamento único é a imaginação consciente. O pensar disperso é a imaginação mecânica.
O pensamento único é concentrado, porque se desenvolve sem permitir interferência de outros pensamentos. Para que o pensamento seja concentrado, a atenção sobre ele deve estar vigilante.
Se nos concentramos em uma vela, logo sentimos sono. Se continuamos pensando na vela com os olhos fechados, sem permitir que outros pensamentos intervenham, estamos nos concentrando. Então o nosso pensamento sobre a vela pode se desenvolver em etapas. Não serão vários pensamentos diferentes, mas apenas um que se desenvolverá: De que a vela é feita? Para que serve? Como foi construída? E muito mais (não há limite). Somos então inundados por informações sobre a vela. Então, concentramos a atenção na vela e também o pensamento na vela. E a imaginação consciente flui.
Quem concentra o pensamento se desliga das percepções sensoriais do mundo físico. Os cinco sentidos apagam, ele se esquece do corpo físico e adormece. Porém sua atenção está plenamente ativa, o que significa que ele está totalmente consciente.
É assim que o estudante gnóstico entra conscientemente no mundo astral.
É claro que o pensamento que desenvolvamos sobre a vela não é a vela em si mesma. Mas o que interessa aqui é somente educar a mente para que se consiga ter um único pensamento, que será descartado para a meditação, assim que se consiga a compenetração total e o desligamento do corpo físico.
A concentração é uma forma de esquecimento: esquecemos tudo, menos o objeto em que nos concentramos. Exercita a atenção e por isso desperta a consciência, obrigando a essência a trabalhar.
As imaginações mecânicas devem ser evitadas. Os pensamentos inoportunos devem ser abandonados (descartados). Se insistirem, temos que compreender a inutilidade dos mesmos, tal como o ensinou o V.M. Samael em "Respostas que deu um Lama". Compreendemos a inutilidade de um pensamento quando nos questionamos a respeito de sua utilidade: "Para que serve este pensamento, se o mesmo está me afastando da realidade presente neste momento e me desvia do aqui-agora?" A morte em marcha também pode ajudar.
Para manter um pensamento único, temos que concentrar sua função imaginativa, mantê-la centrada sobre um único foco. Para realizar tal trabalho, temos que manter a atenção igualmente focada sobre o mesmo. De modo que a concentração abrange o pensamento e a atenção simultaneamente.
Mantendo a atenção focada, saberemos se o processo imaginativo se desvia ou não do curso proposto. Caso se desvie, temos que trazê-lo ao curso novamente. Todos os pensamentos que não se relacionem com o objeto devem ser descartados.
O que é a concentração do pensamento?
Concentrar o pensamento é pensar conscientemente em algo, em um tema, sem mesclar o pensamento com outros temas. Este é o pensamento único.
Pensar de forma concentrada é pensar conscientemente. Pensar conscientemente é pensar sabendo-se o que se está pensando e não pensar a esmo. O pensamento único é o pensamento dirigido, voluntariamente conduzido. Não é, necessariamente, o pensamento estático, mas é necessariamente único, dirigido, voluntário e consciente. É o pensamento voluntário que nos tira do corpo físico. Mas não o confundamentos com a simples teorização.
A prática da concentração apresenta dois aspectos distintos, que não foram muito diferenciados pelos V.V.M.M. por falta de perguntas dos discípulos. Um é o aspecto atencional e o outro é o aspecto pensamental ou imaginativo. A imaginação consciente, da qual nos falaram os mestres, corresponde ao segundo aspecto, sendo o próprio pensamento conscientemente dirigido.
O sono não se instala se os pensamentos simplesmente forem bloqueados, o que se instala sob tal condição é o conflito, o qual nos impede de adormecer. Quem quiser aprender a viajar conscientemente para os mundos paralelos, deve aprender a dormir sem permitir que seus pensamentos vaguem a esmo. O controle da função mental (pensamental ou imaginativa), é fundamental, corresponde ao primeiro degrau da escala da iniciação.
Na prática correta, concentramos a atenção e também o pensamento. Como poderia alguém concentrar o pensamento se não concentrar sua atenção sobre o fluir deste mesmo pensamento? O pensamento concentrado exige atenção igualmente concentrada e focada, contínua.
Assim, concentrar a atenção e concentrar o pensamento, embora não sejam idênticos, são dois aspectos de uma só coisa, de um só trabalho.
Eis o que tenho que fazer: focalizo a atenção sobre um objeto e, em seguida, passo a pensar sobre aquele objeto, sem me tornar desatento. Ocorre que, sensorialmente, ninguém vê o objeto em si. Portanto, quando penso que estou focando minha atenção sobre o objeto em si, na verdade estou focalizando minha atenção sobre uma forma mental, ainda que eu a veja com os meus olhos carnais abertos. No fundo, tudo o que vemos fisicamente são formas mentais.
Concentrar-se em uma tarefa é um bom meio de praticar o esquecimento de tudo. É também algo muito similar a concentrar-se em um pensamento: você se ocupa com todas as atividades daquilo está fazendo, até concluir.
Concentrar-se em uma tarefa é um bom meio de praticar o esquecimento de tudo. É também algo muito similar a concentrar-se em um pensamento: você se ocupa com todas as atividades daquilo está fazendo, até concluir.
PS. Aqueles que ainda não compreendem como se pratica a concentração e a meditação, poderão se beneficiar lendo as obras de Sivananda.