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quinta-feira, 14 de abril de 2011

O conhecimento do coração

Existe uma sabedoria do intelecto, que pertence à cabeça, e existe uma sabedoria do coração.

A sabedoria da cabeça vincula-se ao pensar, o qual, por sua vez, vincula-se ao sensorial: a lógica do intelecto é dada pelos sentidos comuns.

A sabedoria do coração vincula-se a um sentir específico. Sua lógica é de tipo interno e se fundamenta no supra-sensorial.

A emoção também é veículo de conhecimento. O mundo das emoções que podem ser experimentadas é infinito e corresponde a todo um universo a ser conhecido.

Podemos conhecer um objeto a partir das sensações físicas que o mesmo nos proporciona e a partir das sensações internas que provoca.

Um objeto qualquer do mundo provoca em nós sensações internas e a percepção consciente das mesmas constitui uma forma de conhecimento. Esse é o conhecimento do coração.

O conhecimento do coração é o conhecimento das sensações interiores.

O mundo inteiro, com todos os seus objetos físicos exteriores, toca o homem psiquicamente, de forma análoga à que o toca com suas vibrações físicas. A luz refletida por um pássaro afeta a retina, o som produzido por seu canto, afeta seus ouvidos. Mas há algo além: a imagem, o canto, a presença do pássaro provoca em nós uma reação psíquica: emoções de variados tipos, recordações, imagens mentais etc. O pássaro também nos atinge interiormente.

A principal forma de sermos atingidos interiormente por algo é a emocional.

Se nosso sentido de auto-observação fosse desenvolvido, veríamos uma gama imensa de emoções oriundas dos objetos que nos rodeiam. Estaríamos captando o aspecto astral do mundo e adquirindo o conhecimento do coração.

Quando as percepções emocionais se tornam conscientes e objetivas, desenvolvemos a faculdade da intuição, que é o mesmo conhecimento do coração, aprimorado e treinado. O intuitivo lê o mundo com o centro emocional.

Quem tem o ego desenvolvido não pode ter conhecimento intuitivo porque suas emoções são desordenadas, caóticas e subjetivas.

Se quisermos entrar nos mundos espirituais, temos que desenvolver a emoção. As emoções inferiores caotizam e desordenam a percepção interior.

Todo ser humano possui um pouco de intuição que pode ser exercitada e desenvolvida, desde que se saiba o caminho.

Não há limite para o desenvolvimento do conhecimento do coração. A capacidade de discernir objetivamente as emoções que sentimos pode ser aprimorada até níveis inimagináveis, revelando o que ao intelecto se mantém oculto.

À medida que o Ego morre, as emoções não deixam de existir: se tornam mais e mais objetivas, correspondendo-se com a realidade.

Não temos que nos tornar seres frios e sem emoção, temos que eliminar as emoções inferiores e desenvolver as emoções superiores.

Aqueles que supõem não existir relação alguma entre a emoção e a realidade estão enganados. A realidade não pode ser capturada objetivamente na frieza porque a emoção é, ela própria, uma parte da realidade. A emoção humana é parte do aspecto emocional do universo.

A realidade não é constituída somente por vibrações sonoras, luminosas e de outros tipos.

Existem também as vibrações psíquicas (emocionais e mentais, entre outras não compreensíveis ao intelecto materialista), as quais fazem parte da realidade e são requeridas para uma compreensão mais profunda do todo no qual estamos inseridos.

A frieza do intelecto, que exclui a emoção, não pode penetrar no aspecto mais profundo do universo. Pode ser útil para a compreensão da secção sensorial do mundo, mas se torna desorientante quando aplicada à tentativa de se ir além, como vemos nos casos dos cientistas que tentam penetrar o mundo subatômico sem renunciar ao paradigma sensorialista.

2 comentários:

  1. Havia pensado na expressão Conhecimento do coração por pura intuição e vou apresentá-la numa palestra sobre árvores urbanas..............aí achei este texto - EXCELENTE !

    ANTONIO SERGIO CASTRO
    www.floradoceara.com

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  2. Que bom que o texto te ajudou amigo! Tudo de bom para você e os seus!

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