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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A concentração no cotidiano.

No dia a dia, quando você estiver trabalhando, caminhando, lendo, escrevendo, conversando ou fazendo qualquer outra coisa que não seja meditar, procure, na medida do possível, não pensar em nada, nem mesmo em outras coisas relacionadas ao que estiver fazendo. Ao invés de pensar em qualquer outra coisa, preste atenção no presente e perceba o que você está fazendo.

Concentre a atenção em sua tarefa no presente, se possível até o ponto de perder a noção de tudo o que não tenha nada a ver com aquilo. Procure o esquecimento total do que não esteja relacionado à realidade presente que você vivencia. Procedendo assim, você terá mais facilidade para, depois, prestar atenção no pensamento único quando se sentar ou deitar para meditar. Bastará então manter a atenção no ato de pensar no lakshya, tratando-o como mais uma tarefa real e presente.

Quando nos concentramos no que fazemos, vivenciamos o presente de forma realista e intensa, diminuindo os riscos de acidentes, por exemplo. Os acidentes estão, na maior parte das vezes, relacionados a distrações. Quem se concentra no instante presente, não está distraído.

O ato de estar presente ao que se faz inclui a percepção natural do ambiente envolvido. Partindo daí, sua consciência poderá se ampliar cada vez mais e você verá, escutará e sentirá o que ocorre à sua volta, pois não estará vivendo em um hipotético amanhã ou no que ocorreu ontem. 

Se queremos despertar consciência à nossa essência, temos que aprender a exercitá-la no cotidiano.  Então, transferimos esta prática de estar conscientes para o ato de meditar. 

Ao contrário do que todo mundo imagina, quem medita não está distraído, está plenamente lúcido e consciente em outro plano. Pode não estar com a consciência direcionada ao mundo físico exterior, mas onde quer que sua alma esteja, estará plenamente lúcida e consciente. É claro que o meditador, de olhos fechados, estará desligado do corpo físico e das percepções sensoriais externas, mas isso não significa que ele esteja distraído, que tenha perdido sua consciência e não saiba o que está fazendo. O meditador não está em eikásia, está em dharana e dhyana. Quando o meditador retorna do mundo espiritual e se levanta, está mais lúcido do que nunca, pois trouxe a lucidez consigo e a manterá.

As tarefas do cotidiano são ótimas para exercitar a consciência e a lucidez. Focando a percepção nas mesmas, vamos tornando a mente cada vez mais passiva.