O pensamento é a mente em ação e uma das formas assumidas pela imaginação. A mente é uma substância existente na natureza, ainda desconhecida pelos cientistas desta época, mas já postulada, de forma meio confusa, por alguns físicos: as partículas mentais seriam os "psíons". A substância mental, com a qual fabricamos os pensamentos, pode ser chamada de substância manásica.
A substância manásica em si mesma é neutra, não é boa e nem má, mas pode assumir uma forma destrutiva ou construtiva. A substância manásica dota o ser humano do poder imaginativo. Quando a imaginação se dá na ausência do contato sensorial direto com o objeto imaginado, dizemos que é abstrata. Somente os animais intelectuais são dotados de imaginação abstrata, os demais animais possuem somente imaginação concreta, em diversos níveis, sendo incapazes de associar imagens mentais na ausência dos objetos.
O poder imaginativo pode ser consciente ou inconsciente. A maior parte dos seres humanos ainda não desenvolveu o poder da imaginação consciente, suas mentes são rebeldes e não obedecem. A mente rebelde trilha sempre seus próprios caminhos e conduz a desastres. A mente rebelde é a chamada "imaginação mecânica". A imaginação mecânica não é mais que o pensamento comum, subjetivo, desorganizado.
Nesse ínterim, temos que entender que o pensamento pode ser disperso ou concentrado. O pensamento disperso é o pensamento sem meta, aquele cujo fluxo não se detém em nada, mas mariposeia sobre infinitos assunto. O pensamento disperso é superficial, "pincela" um pouco de cada assunto e muda constantemente de objeto. Pela lei das associações, a mente pensa um pouco em algo e logo muda de objeto, passando a pensar em outra coisa distinta, porém relacionada. Essa é a classe de pensamentos das pessoas comuns, que não disciplinam a mente. São pessoas que pensam muito mas de forma superficial, pois sua função imaginativa não tem foco.
Muito diferente é o pensamento concentrado. O pensamento concentrado é quase sinônimo, senão sinônimo, de imaginação consciente. Ao invés de pular constantemente de tema em tema, o pensamento concentrado passeia longamente dentro de um mesmo tema, aprofundando-o pelas associações dos diversos subtemas que o compõem. No pensamento concentrado, o fluxo das idéias flui livremente para dentro do objeto proposto. O objeto de interesse é, por assim dizer, penetrado pelo pensamento. Não há desvio no fluxo de idéias, há direcionamento e penetração. O pensamento concentrado é, portanto, profundo.
Quando estamos pronunciando um mantram mentalmente, estamos com o pensamento concentrado, pois o som do mantram, entoado interiormente, é o nosso pensamento naquele instante. Quando imaginamos uma paisagem, em todos os seus detalhes, também estamos com o pensamento concentrado, pois a paisagem imaginada é o conteúdo do nosso pensamento. Estaremos, ainda, com o pensamento concentrado quando analisarmos detidamente um problema até que a solução nos caia ou quando oramos. Em todos esses casos, há o pensamento único e a imaginação consciente. Quem aprendeu a penetrar um objeto com o pensamento e passear através dele longamente, aprendeu a concentrar o pensamento.
Há certa forma de endovisão e endoaudição no pensamento concentrado, pois a pessoa "vê" e/ou "escuta" o objeto psicologicamente, isto é, com os sentidos espirituais. A pessoa "vê" e "escuta" com os olhos e ouvidos da alma.
Convém saber que a função imaginativa do pensamento engloba a memória, as lembranças, as reflexões, as análises e o estudo. Portanto, quem direciona corretamente o pensamento exerce influência sobre esses funcionamentos.
A Grande Verdade não está no pensamento concentrado, está além dele. O pensamento concentrado é a ponte ou meio para a verdade, mas tem que ser descartado quando queremos chegar até ela. Por mais sublime que seja o pensamento concentrado, ainda será algo mental. Uma oração pode ser muito sincera mas, ainda assim, possui algo mental. O aspecto mental da oração também precisa ser transcendido.
O pensamento não pode ser confundido com a atenção, pois é algo diferente. O pensamento é um funcionamento da mente e a atenção uma faculdade da essência ou alma. Concentrar a atenção é perceber um objeto de forma ininterrupta, concentrar o pensamento é ter muitas idéias sobre um objeto de forma ininterrupta. Ambos são interdependentes. Durante a concentração, o objeto imaginado é o objeto da observação.
Durante a concentração, é importante procurar perceber, enxergar ou ouvir o objeto imaginado com a maior nitidez possível.
Quando estamos pensando analiticamente, estamos concentrados no nível intelectual. Transcendemos este nível quando pensamos de forma completamente imaginativa, isto é, fora da lógica formal conhecida. Se as imagens sobre o lakshya estiverem fluindo livremente e sem desvios, ainda que não encadeadas logicamente de maneira a formar uma análise, estaremos com o pensamento concentrado mesmo assim.
Visualizações com os olhos fechados, desde que se dêem dentro do tema proposto e não se desviem, constituem o pensamento único que nos interessa, mesmo que não pareçam encadeadas logicamente. Concentrar o pensamento é desenvolver e educar a imaginação. O fato das imagens não apresentarem um aspecto analítico à primeira vista não significa que não sejam parte do pensamento. Essas imagens, com o aprofundamento da prática, se transformam em um sonho lúcido. O sonho lúcido, com o aprofundamento da prática, se transforma em desdobramento e viagem astral. Tudo é acompanhado por relaxamento crescente até o nível do sono REM, das ondas delta.
*****
Os pensamentos costumam conter valores, os quais costumam corresponder a formas de entendimento. Aquilo que penso sobre algo é uma determinada maneira de entendê-lo e também uma espécie de crença. A forma de entender algo provocará desejo, medo ou repulsa. Por exemplo: se alguém apontar uma arma para outra pessoa, esta achará graça, caso acredite que a mesma é de brinquedo, ou sentirá medo, caso acredite que a mesma é de verdade. Suas emoções são, portanto, resultado de uma forma de entender as coisas. O mesmo princípio vale para o desejo e para tudo mais. Há, no entanto, pensamentos solidamente cristalizados, cuja dissipação, tentada somente com o recurso da compreensão, é impossível. Tais pensamentos densos somente se dissipam quando são explodidos com o poder da Mãe Divina. São os pensamentos obsessivos e compulsivos.
Via de regra, escapamos de um pensamento, ao menos temporariamente, quando compreendemos seu caráter inútil e falso (inútil porque não serve para nada e falso porque não corresponde à realidade a respeito da coisa pensada). O questionamento sincero nos leva a tal compreensão. Na concentração, vamos escapando de todos os pensamentos até o momento em que apenas reste o pensamento único, do qual também nos libertamos posteriormente.
Quando estamos pensando analiticamente, estamos concentrados no nível intelectual. Transcendemos este nível quando pensamos de forma completamente imaginativa, isto é, fora da lógica formal conhecida. Se as imagens sobre o lakshya estiverem fluindo livremente e sem desvios, ainda que não encadeadas logicamente de maneira a formar uma análise, estaremos com o pensamento concentrado mesmo assim.
Visualizações com os olhos fechados, desde que se dêem dentro do tema proposto e não se desviem, constituem o pensamento único que nos interessa, mesmo que não pareçam encadeadas logicamente. Concentrar o pensamento é desenvolver e educar a imaginação. O fato das imagens não apresentarem um aspecto analítico à primeira vista não significa que não sejam parte do pensamento. Essas imagens, com o aprofundamento da prática, se transformam em um sonho lúcido. O sonho lúcido, com o aprofundamento da prática, se transforma em desdobramento e viagem astral. Tudo é acompanhado por relaxamento crescente até o nível do sono REM, das ondas delta.
*****
Os pensamentos costumam conter valores, os quais costumam corresponder a formas de entendimento. Aquilo que penso sobre algo é uma determinada maneira de entendê-lo e também uma espécie de crença. A forma de entender algo provocará desejo, medo ou repulsa. Por exemplo: se alguém apontar uma arma para outra pessoa, esta achará graça, caso acredite que a mesma é de brinquedo, ou sentirá medo, caso acredite que a mesma é de verdade. Suas emoções são, portanto, resultado de uma forma de entender as coisas. O mesmo princípio vale para o desejo e para tudo mais. Há, no entanto, pensamentos solidamente cristalizados, cuja dissipação, tentada somente com o recurso da compreensão, é impossível. Tais pensamentos densos somente se dissipam quando são explodidos com o poder da Mãe Divina. São os pensamentos obsessivos e compulsivos.
Via de regra, escapamos de um pensamento, ao menos temporariamente, quando compreendemos seu caráter inútil e falso (inútil porque não serve para nada e falso porque não corresponde à realidade a respeito da coisa pensada). O questionamento sincero nos leva a tal compreensão. Na concentração, vamos escapando de todos os pensamentos até o momento em que apenas reste o pensamento único, do qual também nos libertamos posteriormente.