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sábado, 29 de setembro de 2012

Concentração: dissociando a atenção dos pensamentos

A consciência vincula-se indissociavelmente à atenção. Onde estiver nossa atenção, ali está nossa consciência. Atenção e consciência são quase sinônimos.

Quando realizamos uma tarefa perigosa, dissociamos a atenção de todos os pensamentos e de todos os acontecimentos que não estejam implicados na realização da tarefa. Nossa consciência está focada, direcionada. Se a concentração é profunda, chegamos a perder a noção de tempo.

Quando nos distraímos prestando atenção nos pensamentos, nossa atenção se dispersa, a consciência é absorvida pelos pensamentos e nos tornamos desatentos à realidade.

Os milhares de pensamentos têm o poder de roubar a atenção e sequestrar a consciência, apagando-a e deixando-nos anestesiados. É então que atuamos mecanicamente, como robôs.

Absortos nos pensamentos, passamos a maior parte do tempo agindo sem nos darmos conta do que estamos fazendo. 

Na correta prática de concentração, dissociamos a atenção dos sentidos e de todos os pensamentos que não sejam intrínsecos ao tema. Concentrar-se é abandonar tudo em favor de uma meta, um alvo. 

A mente é a substância componente dos pensamentos (manas). Quem quer escapar da mente, tem que escapar dos pensamentos. Para escaparmos dos pensamentos, é necessário prestar atenção em um alvo (lakshya). A observação contínua de algo nos dissocia de tudo o que não faça parte daquilo. 

A atenção dispersa é a atenção repartida entre muitos alvos. Saltar de alvo em alvo é o oposto de concentrar-se.

O que importa é aprender a observar, seja o lakshya interno ou externo, e dissociar-se de tudo o mais.

Assim como nos dissociamos dos pensamentos quando observamos um alvo físico, nos dissociamos dos sentidos e dos pensamentos quando observamos um alvo mental (o pensamento único).

A chave para dissociar-se não é entrar em conflito com os pensamentos indesejáveis. A chave está na atenção consciente, que é uma virtude da nossa Essência ou Alma. É a Essência que presta atenção e possui consciência.

Compreendamos que:

  • O corpo físico não é a essência;
  • Os sentimentos não são a essência;
  • Os pensamentos não são a essência.
Nossa essência ou alma, portanto, está além do corpo, dos afetos e da mente.


Quando os pensamentos tentarem atrair sua atenção, não lute com eles, simplesmente confira mais importância ao tema e se aprofunde.