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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Concentração e compreensão


Quando nos concentramos no lakshya, não o fazemos de forma aleatória e subjetiva, mas buscando a compreensão. 

Ao pensarmos de forma atenta e profunda em algo, sem nos desviarmos, compreenderemos vários aspectos profundos daquilo, aspectos dos quais antes não nos dávamos conta, apesar de até serem óbvios. Uma compreensão crescente e mutável do objeto irá se configurando progressivamente. Seja qual for o seu lakshya, você se concentrará para aprender algo a respeito daquilo e não para cumprir uma mera formalidade. 

Múltiplos aspectos do alvo de nossa concentração penetrarão em nosso campo de consciência. Isso ocorre porque temos uma parte de nós mesmos em contato com a intimidade do objeto, sem que o saibamos. Ainda que não estejamos cientes, nosso Atman tem acesso às profundidades subatômicas, ao passado e ao futuro daquilo em que nos concentramos.

O pensamento não se dissocia da imaginação. Se não possuíssemos imaginação, não seríamos capazes de pensar. O pensamento é uma forma assumida pela imaginação, assim como a memória. "Pensar profundamente em algo" é imaginar seu funcionamento, seus processos intrínsecos, seus detalhes anatômicos, funcionais, evolutivos e involutivos, até onde for possível, até onde alcancemos e sejamos capazes. A imaginação é o meio através do qual compreenderemos o que nos interessa. 

O ideal é que a imaginação consciente nos arrebate, nos arraste completamente, para viajarmos em estado de lucidez. Nesse ínterim, o corpo físico deverá ser esquecido e adormecerá. As coisas do mundo também deverão ser esquecidas. Concentrar-se é dissociar-se de tudo o que não seja o lakshya.  Concentração é esquecimento e desligamento, é entrega (consciente).