Translate

domingo, 29 de maio de 2011

A recordação do Ser

As palavras abaixo são de extrema importância. Escrevi sob inspiração profunda outro dia em Vilhena, RO. Sugiro que medite nelas com atenção cuidadosa e sem pressa alguma.

Os desejos não são o Ser.

Os pensamentos não são o Ser.

A mente não é o Ser.

As emoções não são o Ser.

O corpo físico não é o Ser.

A Essência é o Real Ser em nós, o que há dEle em nosso interior.

Recordar-se de si é recordar-se da Essência.

Recordar-se de si é recordar-se de que se possui um Ser/Essência real, totalmente distinto do corpo, dos sentimentos, das emoções, da mente, dos pensamentos, dos desejos, das lembranças, dos sofrimentos, alegrias etc. É recordar-se desse "algo" que ultrapassa tudo e que somos, no fundo.

Mediante a recordação de si, a Essência se dissocia do Ego. Nos separamos do Ego quando nos recordamos de nós mesmos.

Quando nos recordamos de nós mesmos, rompemos com a fascinação e nos diferenciamos de tudo o que não é o Ser.

Não é possível observar algo com o qual estejamos identificados.

Identificar-se com algo é confundir-se com aquilo, perdendo a noção da diferença entre o que verdadeiramente somos e o objeto que nos fascina.

Nos identificamos pela fascinação (força hipnótica).

A fascinação "apaga" a consciência (adormece a Essência), impedindo-a de observar e contemplar.

O choque da recordação de si rompe com a fascinação e permite a contemplação consciente do objeto do qual nos diferenciamos.

A observação do Ego somente é possível mediante a recordação de si.

A Essência fascinada confunde-se com o Ego e sente seus desejos e sofrimentos.

Por ser uma parte do Ser Real (Espírito Divino ou Deus Interior), a Essência (alma pura e primordial) participa da mesma natureza natureza divina. A Essência é Deus em miniatura.

São características da Essência e, portanto, do Real Ser:

· silêncio interior (o que pensa não é o Ser);

· serenidade (o que se perturba não é o Ser);

· contemplação (observação).

Damos o choque da recordação de nós mesmos para romper nossa identificação com o Ego. Rompemos a identificação com o Ego para podermos observá-lo.

Aquele que se identifica com o Ego, sente-se como ego e se confunde com o mesmo. Identificado, sentirá como se os seus pensamentos, atos e desejos fossem ele mesmo, sua própria Essência, o seu próprio Ser Real ou Espírito, perdendo a capacidade de diferenciar-se dos mesmos.

O choque da recordação de si mesmo rompe tal vínculo fascinatório e equivocado, nos permitindo evidenciar que não somos os elementos que pensam, sentem e atuam dentro de nós.

Na recordação de nós mesmos, nos recordamos de nosso próprio Ser e rompemos a identificação com o ego, a qual é causada pela fascinação. Somente assim podemos começar a observá-lo e compreendê-lo.

A mente, os desejos, as emoções e o comportamento como um todo não podem ser observados quando os consideramos como parte do Ser e não como algo distinto.

Tratar a mente como um elemento estranho e o Ego como um conjunto de pessoas estranhas ("Eus") assinala o princípio do trabalho sério sobre nossa natureza interior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.