Os desejos não são o Ser.
Os pensamentos não são o Ser.
A mente não é o Ser.
As emoções não são o Ser.
O corpo físico não é o Ser.
A Essência é o Real Ser em nós, o que há dEle em nosso interior.
Recordar-se de si é recordar-se da Essência.
Recordar-se de si é recordar-se de que se possui um Ser/Essência real, totalmente distinto do corpo, dos sentimentos, das emoções, da mente, dos pensamentos, dos desejos, das lembranças, dos sofrimentos, alegrias etc. É recordar-se desse "algo" que ultrapassa tudo e que somos, no fundo.
Mediante a recordação de si, a Essência se dissocia do Ego. Nos separamos do Ego quando nos recordamos de nós mesmos.
Quando nos recordamos de nós mesmos, rompemos com a fascinação e nos diferenciamos de tudo o que não é o Ser.
Não é possível observar algo com o qual estejamos identificados.
Identificar-se com algo é confundir-se com aquilo, perdendo a noção da diferença entre o que verdadeiramente somos e o objeto que nos fascina.
Nos identificamos pela fascinação (força hipnótica).
A fascinação "apaga" a consciência (adormece a Essência), impedindo-a de observar e contemplar.
O choque da recordação de si rompe com a fascinação e permite a contemplação consciente do objeto do qual nos diferenciamos.
A observação do Ego somente é possível mediante a recordação de si.
A Essência fascinada confunde-se com o Ego e sente seus desejos e sofrimentos.
Por ser uma parte do Ser Real (Espírito Divino ou Deus Interior), a Essência (alma pura e primordial) participa da mesma natureza natureza divina. A Essência é Deus em miniatura.
São características da Essência e, portanto, do Real Ser:
· silêncio interior (o que pensa não é o Ser);
· serenidade (o que se perturba não é o Ser);
· contemplação (observação).
Damos o choque da recordação de nós mesmos para romper nossa identificação com o Ego. Rompemos a identificação com o Ego para podermos observá-lo.
Aquele que se identifica com o Ego, sente-se como ego e se confunde com o mesmo. Identificado, sentirá como se os seus pensamentos, atos e desejos fossem ele mesmo, sua própria Essência, o seu próprio Ser Real ou Espírito, perdendo a capacidade de diferenciar-se dos mesmos.
O choque da recordação de si mesmo rompe tal vínculo fascinatório e equivocado, nos permitindo evidenciar que não somos os elementos que pensam, sentem e atuam dentro de nós.
Na recordação de nós mesmos, nos recordamos de nosso próprio Ser e rompemos a identificação com o ego, a qual é causada pela fascinação. Somente assim podemos começar a observá-lo e compreendê-lo.
A mente, os desejos, as emoções e o comportamento como um todo não podem ser observados quando os consideramos como parte do Ser e não como algo distinto.
Tratar a mente como um elemento estranho e o Ego como um conjunto de pessoas estranhas ("Eus") assinala o princípio do trabalho sério sobre nossa natureza interior.
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