A batalha contra a luxúria e os demais defeitos é principalmente uma batalha mental. Embora se dê também em outros níveis ou centros, os fundamentos dos egos são mentais.
Evitamos a possessão nos desviando das situações que as provocam e também trabalhando diretamente com os detalhes. O trabalho com os detalhes evita que os defeitos se alimentem porque os abatemos quando começam a surgir e ainda são fracos em suas manifestações.
É sempre melhor prevenir do que remediar, mas há casos em que a prevenção não é possível. Quanto se dão tais casos, necessitamos de ferramentas que nos possibilitem sair do horrível estado alterado negativo e recuperar o estado ideal de normalidade.
O primeiro a fazer, quando se está sob a possessão de um desejo, é parar a mente. Após deter os cursos dos pensamentos, recordações e imaginações mecânicas, o aspirante inicia sua auto-observação. Não me parece coerente tentar observar o ego em manifestação através dos cinco centros ao mesmo tempo em que se dá asas à mente. Se damos passe livre aos pensamentos, perceberemos somente os pensamentos. Os pensamentos e imaginações mecânicas são escórias da memória. Apesar de parecerem muito úteis, não passam de lixo psíquico. Como poderíamos ver aquilo que está oculto se nos detemos distraídos com as escórias da memória? Temos que limpar nosso psiquismo, jogar todo o entulho fora e esvaziar nossa casa interior. A limpeza começa pelo lixo mental.
Geralmente nós, aspirantes, caímos no erro de tentar sair do estado de possessão sem deter a mente. O resultado é um conflito infrutífero em que nos debatemos em vão contra os desejos. De modo que a seqüência de atos é:
1) Parar a mente (é o primeiro passo);
2) Observar os detalhes do ego através dos centros (é o segundo);
3) Suplicar por sua desintegração (é o terceiro).
Temos que saber que a luxúria é o defeito capital mas não é o único. Para ampliar a captação de defeitos, temos que nos observar também sob outros parâmetros, mas sem nunca negligenciarmos este defeito fundamental.
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